Trajetória do tratamento
VAA é uma doença crónica com uma evolução de recaídas que requer uma terapêutica imunossupressora a longo prazo1-4
As recomendações da Aliança Europeia das Associações de Reumatologia, EULAR, indicam que os doentes com VAA devem receber os melhores cuidados em base da tomada de decisão partilhada entre doente e médico, tendo em conta a eficácia, a segurança e os custos5
Equilíbrio do tratamento
O tratamento tem de equilibrar o controlo da vasculite com a minimização dos danos relacionados ao tratamento1–4
No momento do diagnóstico ou recaída da VAA, as maiores preocupações do tratamento giram em torno do controlo da atividade da vasculite e a minimização dos efeitos adversos agudos da terapêutica.1,2 Mais tarde, quando se atinge a remissão, os danos acumulados dos órgãos, muitas vezes relacionados aos corticosteroides de baixa dose a longo prazo, a experiência vivida pelo doente tornam-se mais relevantes.1–4
As Recomendações do EULAR atualmente indicam que os doentes têm de ser examinados periodicamente para identificar efeitos adversos e comorbidades relacionados ao tratamento. Recomendam a profilaxia e aconselhamento sobre o estilo de vida para reduzir as complicações relacionadas ao tratamento e outras comorbilidades.5
Os efeitos adversos relacionados ao tratamento são a principal causa de mortalidade aguda1
No primeiro ano após o diagnóstico da GPA ou PAM, 56 do total de 524 doentes faleceram. Cinquenta e nove por cento destes óbitos resultaram de efeitos adversos relacionados ao tratamento.1*
Uma revisão sistemática da literatura sobre efeitos adversos relacionados aos corticosteroides em estudos clínicos sobre VAA publicada entre 1 de Janeiro de 2007 e 30 de Janeiro de 2018, identificou a mortalidade (33%) como efeito adverso grave relacionado aos corticosteroides; a maior frequência foi observada durante o tratamento de indução. Outros efeitos adversos graves comuns que os doentes sofreram ao tomar corticosteroides incluem infeções (20%), distúrbios musculoesqueléticos (17%) e renais (15%).2†
Últimos dados clínicos a respeito da VAA
RAVE
O RTX foi considerado tão eficaz como a CYC para a indução e manutenção da remissão, mas as taxas de remissão continuam variáveis
2010
RITAZAREM
Os resultados preliminares mostram que uma dose reduzida de CC pode ser eficaz para induzir novamente a remissão no caso da VAA. O RTX tem uma eficácia superior à AZA na manutenção da remissão
2014
PEXIVAS
A redução da dose de CC para doentes com VAA grave não teve um impacto significativo referente ao resultado primário de óbito ou doença renal em fase terminal, mas reduziu a taxa de infeção (HR=0,69)
2018
ADVOCATE
O tratamento com avacopan tem uma eficácia Superior quando trata-se da remissão na Semana 52 em comparação com o tratamento a base de CC
- Na semana 26, o tratamento a base de avacopan não teve eficácia interior na remissão clínica comparado com terapêutica com CC (p<0,001)
- Na semana 52, o tratamento a base de avacopan demonstrou eficácia superior na remissão clínica comparado com terapia com CC (p=0,007)
- As incidências de eventos adversos graves foram semelhantes aos grupos que tomaram avacopan e CC (37,3% versus 39%, respetivamente)
CC, corticosteroides
Referência 1. Jayne D, et al. N Engl J Med 2021;384(7):599-609.
2018
MAINRITSAN 1
O RTX é mais eficaz que a AZA para a manutenção da remissão, mas o uso de corticosteroides e a recaída continuam a ser comuns
2019
MAINRITSAN 2
A terapêutica com o RTX à medida e com um cronograma definido são igualmente eficazes para manter a remissão, porém, as recaídas ainda ocorrem
2020
MAINRITSAN 3
A terapêutica de manutenção prolongada leva a melhores resultados clínicos
2020
Experiência do mundo real
Muitos doentes não conseguem ou não sustentam a remissão completa1*
A resposta do doente à terapêutica de indução da remissão é variável. Após 12 meses de terapêutica (n=929), 59% dos doentes com GPA (granulomatose com poliangite, antigamente denominada de doença de Wegener) e PAM (poliangite microscópica) atingem a remissão total, e >50% dos doentes continuam a usar corticosteroides. 1 Mais doentes precisam de atingir e manter a remissão sem uso prolongado de corticosteroides.
A resposta à terapêutica de indução é variável e muitos doentes não conseguem obter uma resposta completa, mesmo no décimo segundo mês 1
>50% dos doentes continuam a usar corticosteroides 12 meses após o início da terapêutica de indução1
Os EAs continuam a ser um problema para doentes novos e em recaída
Durante os primeiros 12 meses de tratamento dos doentes com GPA ou PAM, os EAs são comuns.1,2 Atualmente a dose de corticosteroides é tipicamente mais elevada, uma vez que as recomendações de tratamento actuais indicam o uso de corticosteroides para indução da remissão.1-3 A maioria dos doentes continua a usar corticosteroides 12 meses após ter iniciado a indução da remissão.1,2
Doentes novos (n=929)1*
Doentes com recaída (n=268)2*
Introdução à VAA
A VAA é uma vasculite rara e grave em pequenos vasos que afecta múltiplos órgãos e tem um elevado risco de mortalidade aguda1
Leia maisMecanismo da doença
A interação entre a via do complemento alternativo ativado, neutrófilos e C5a encontra-se no centro dos danos vasculíticos da VAA2
Leia mais